30.3.13

É a Páscoa do SENHOR – um recado urgente!

Do livro de Êxodo, capítulo 12:

“Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito: Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família....” (versículos 1-3).

“...Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;” (versículo 7).

“...Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR. Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo...” (versículos 11-14).

“... Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos animais. Levantou-se Faraó de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto" (versículos 29-30).

O relevância da Páscoa para hoje!
"Uma vez minha esposa viu uma pequena aranha no carpete em casa e tentou matá-la. Ela pegou um papel de seda e pressionou firmamente sobre a aranha. Quando ela levantou sua mão, a aranha estava achatada, e parecia estar morta. Mas eu sabia um pouco mais sobre aranhas, e assim lhe disse: 'Isso é falso! Você tem que realmente esmagá-la. Apresse-se!'. Enquanto estava falando, a aranha se endireitou como se não tivesse sofrido nenhum dano e começou a correr para salvar sua vida. Minha esposa foi rápida o suficiente e a pegou debaixo do papel de seda novamente. Eu lhe disse: 'Você precisa pressioná-la realmente com força, esmague-a entre seus dedos com o papel, e então jogue-a no banheiro'. 

"E se você é um não-cristão, isso é o que Deus fará com você. Num tempo de sua escolha, ele te esmagará com suas mãos e te jogará no inferno, para o sistema de esgoto cósmico, como se você não fosse nada mais do que um excremento espiritual.
Isso não é, de forma alguma, excessivamente dramático ou imaginativo, nem é um exagero. A palavra no Novo Testamento para “inferno” é “gehenna”, e refere-se ao Vale de Hinon, localizado ao sul de Jerusalém. No primeiro século, os judeus ainda estavam usando-o como um depósito de lixo, onde eles manteriam o fogo queimando para destruir o lixo. Jesus usa-o para representar o lugar onde Deus jogará os réprobos. A implicação é que os não-cristãos são lixo espiritual. Se você rejeita a Jesus Cristo, você não é nada senão um pedaço de lixo.

"Meu ponto é que é disso que o sangue de Cristo nos salva. Diminuir a ira de Deus é diminuir o sangue de Cristo. Insultamos a obra expiatória de Cristo quando dizemos que a reprovação e o endurecimento são meramente passivos, ou quando retratamos o julgamento divino como se não fosse tão terrível como é. Isto é, subestimar a ira de Deus é subestimar o sangue de Cristo que nos salva dela. Sobre essa base de um entendimento correto da magnitude e terror da ira divina, a extensão extrema da depravação humana, e então o poder salvador correspondente do sangue de Cristo, pressionamos o ponto: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hebreus 2.3).

"As pragas do Egito foram terríveis, mas algo infinitamente pior está vindo. Quando ele vier, não haverá nenhum arrependimento, e não haverá nenhum escape.
Qual é o seu refúgio? Onde reside sua salvação? Qual é o seu substituto para o sangue do cordeiro? Você colocará chá gelado nas ombreiras da porta ao invés de sangue? O Destruidor virá te matar. Você colocará um Buda na frente da sua porta? Ele enviará tanto você como o seu Buda para o inferno. Você colocará uma pintura de Maomé na sua porta? Mas ele já está no inferno te esperando. Você se esconderá atrás da ciência? Você confiará em sua filosofia? Mas Deus já tornou louca a sabedoria do mundo (1 Coríntios 1.20).

"Se você é um não-cristão, então você está em grande perigo. A qualquer momento, o Destruidor virá e te lançará no lago de fogo para ser torturado para sempre. Nem mesmo o sangue de animais pode te salvar desta vez. Esse tipo e sombra da expiação poderia salvar você somente do tipo e sombra do julgamento. Mas o julgamento real está vindo, e a prestação de contas final está próxima. Esse tempo está chegando para mais do que seus primogênitos.
Apresse-se! Tome refúgio atrás do sangue de Cristo, e o Destruidor passará sobre você. Venha! Una-se àqueles que já estão festejando com o Cordeiro de Deus, aqueles que já encontraram vida em Cristo, e você vai ser salvo da ira porvir."



Vincent Cheung O Sangue da Páscoa (2006)

Fonte: Monergismo

“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” - João 1.29

Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? - 1 Coríntios 1.20

Se você não é cristão e quer saber mais sobre a Salvação em Cristo Jesus, assista aos vídeos link abaixo:




23.6.12

OS CARISMÁTICOS BRASILEIROS

Por Felipe Medeiros

"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo."
(2 Pedro 1:20-21)


(Nota dos blogueiros B&A: Não questionamos a sinceridade de alguns "carismáticos" [ou seja, pentecostais e neopentecostais], mas alguém pode ser sincero e, ao mesmo tempo, sinceramente enganado. Há muitas contribuições valiosas da parte dos nossos irmãos "carismáticos", mas são justamente esses "irmãos de verdade" que queremos advertir a respeito dos lobos devoradores no seu meio. Por outro lado, sempre existiu, existe e existirá também esses lobos no meio dos chamados "tradicionais". A lição para todos nós: SOLA SCRIPTURA... mesmo quando Ela confronta nossas conclusões bem enraizadas e tradicionais!)



No evageliquês brasileiro, não foi difícil encontrar certos comentários nos blogs reformados, em que aquele que comenta pergunta coisas como “quantas almas já ganhou para Cristo” , “fale de uma coisa que você conhece” , “não toque no ungido de Deus” ou “você é um frustrado que nunca falou em línguas ou não possuí dom de profecia” , etc. Os artigos que geraram tais comentários são aqueles que falam algo sobre megapastores “ungidos” de nossa atualidade, ou que falam sobre monergismo e sinergismo, calvinismo, dom espirituais. As agressões que esses comentários contém são as mais absurdas e demonstram a falta de leitura da bíblia e em função disto, uma conseqüente interpretação pessoal acerca de assuntos tratados no Santo Livro.


Infelizmente as interpretações pessoais são bastante freqüentes em tudo e todos que se usam o termo “evangélico” ao nosso redor. Não se faz uma análise acurada e tudo o que chega aos nossos ouvidos com o nome de origem cristã, logo é tida como “ah, se é de Deus…”. Assim, cada vez mais os evangélicos brasileiros aceitam o que quer que sejam em detrimento às Sagradas Escrituras simplesmente por fazer pouco uso delas, tornando-se cada vez mais carismáticos.


“Apesar de vários desejarem atribuir à Bíblia uma posição destacada de autoridade em sua vida, as Escrituras, com muita freqüência, ocupam segundo lugar em definir o que eles crêem (o primeiro é a experiência).” [1]


A fundamentação da fé cristã deve ser o ponto de partida para toda e qualquer experiência vivida e não as experiências fundamentando a fé, do contrário é negligencia a Palavra de Deus. Contudo, não parece existir um limite para a criatividade do religioso povo brasileiro que passa desde revelações em sonhos, palavras proféticas e etc. até chegar no quase culto a símbolos ou objetos (as meias e rosas ungidas, os copos com água em cima da TV, novas unções, apostolados etc.). Essa falta de limite tem destruído, até certo ponto, a possibilidade de um crescimento qualitativo do cristianismo no Brasil, aliás, se é que podemos chamar de cristianismo certas práticas neopentecostais.


Talvez a maior causa de todo a desordem teológica que temos vivido hoje seja fruto da desordem quando se ‘estuda’ a Bíblia. Primeiro se lê um texto isolado, que contenha alguma afirmação que sirva para o que se acha, depois ao seu bel prazer explicar a passagem como se ela fosse uma alegoria de carnaval bem enfeitada e que chega até a ser desejável a medida que a aplicação da palavra aumenta a emoção em 1000% e afaga o ego de quem ouve. Triste realidade! A alegorização das Escrituras tem o mal de fazer muitos seguidores famintos em ouvir que Deus esqueceu-se da justiça e passou a ser somente misericordioso, tão lastimável que muitos passam a crer em qualquer outro ser, menos no Deus verdadeiro.


Por fim, o evangelho relativizado, mal interpretado e mal exposto é , digamos, “o mal do século” para o cristianismo, de forma que as pessoas não se vêem mais como pecadoras nem muito menos reconhecem a dependência de Deus para todo e qualquer propósito de vida.


As interpretações particulares da Escritura Sagrada lamentavelmente constituem, em nossos dias, a forma moderna de se apostatar da genuína fé, pois as experiências não podem ser validas em si mesmas e nem opiniões próprias constituem a verdade revelada por Deus, mas sim a inerrante Palavra de Deus devidamente estudada, corretamente interpretada (não pelo que creio, mas pelo que o Espírito da Verdade revelar) e coerentemente exposta. É o evangelho que mostra ao homem a sua condição diante de Deus e não o homem que condiciona o evangelho a ser o que ele imagina que é, diante de Deus.



[1] MACARTHUR, John. O caos carismático. São José dos Campos-SP. Editora Fiel. p.395

***
Felipe Medeiros é estudante de física, músico e escreve para a UMP da Quarta. Gente boa (Cruz de Malta), dou fé. Divulgação: Púlpito Cristão.

12.4.12

O PIOR PALAVRÃO DO MUNDO


Basta alguém defender as Escrituras Sagradas como única e exclusiva regra de fé, que alguém imediatamente grita em alta voz: "Seu fundamentalista miserável!"

Pois é, para alguns a palavra FUNDAMENTALISTA é o pior palavrão que existe, e usá-la significa proferir o pior tipo de ofensa do mundo.

• Se alguém combate a relativização do pecado, é fundamentalista.
• Se defende as doutrinas fundamentais das Escrituras, é fundamentalista burro.
• Se acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus, é  fundamentalista ultrapassado.
• Se luta pela família e pelo casamento, é fundamentalista "imbecilizado".
• Se defende a igreja e sã doutrina, é fundamentalista "satanizado".
• Se expõe as Escrituras em vez de divertir o povo, é fundamentalista "idiotizado".
• Se combate o maniqueísmo neopentecostal, é fundamentalista manipulado.
• Se não adere aos modismos do movimento gospel, é fundamentalista gelado.
• Se combate o o sexo antes do casamento, é fundamentalista bitolado.
• Se combate as heresias dos falsos apostólos, é fundamentalista amaldiçoado.
• Se acredita na volta de Cristo, é fundamentalista "despoetizado".
• Se prega  a necessidade do arrependimento de pecados, é fundamentalista mal intencionado.

5.4.12

"EVANGETÓLICOS?"

Enquanto eu pregava ao ar livre recentemente do lado do Convento de Santo Antônio no Largo da Carioca no Rio de Janeiro, uma luz acendeu na minha cabeça. Eu pregava contra a soteriologia da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), que ensina a salvação pela justiça das/pelas obras ("works righteousness" em inglês). Tal visão católica da salvação bate de frente com versículos como o famoso Efésios 2.8-9: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." Onde estão as "Boas Novas" numa visão assim. Tal ensino acaba elevando o homem (Somos capazes de fazer algo que Deus aceita em prol da nossa salvação.) e rebaixando a Deus (Deus não é tão santo por poder aceitar as boas obras de Suas criaturas em troca dos seus pecados.). E como o apóstolo Paulo reagiu a essas "boas novas que não eram Boas Novas"? Gálatas 1.6-9 nos ilumina:

"Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema." 

Agora, é uma coisa apontar o dedo na direção da ICAR; é outra pregar o mesmo "evangelho" disfarçadamente. Eu afirmo que as igrejas evangélicas históricas e neo-evangélicas que pregam a necessidade de manter a salvação pela obediência acabam caindo na mesma heresia da ICAR! Pensa bem... Qual seria a diferença entre a necessidade de fazer boas obras para abrir a possibilidade de ser salvo e a necessidade de fazer boas obras para continuar tendo a possibilidade de ser salvo?

Preciso esclarecer que eu não estou pregado o antinomianismo, que promove a libertinagem. Somos chamados à santidade, mas à luz de Ezequiel 36.25-27, a obra salvífica de Deus está nas mãos de Dele, do início ao fim. Mesmo no processo da santificação, Deus imputou/creditou os nossos pecados à conta de Jesus na cruz e a justiça de Jesus à nossa conta (2 Co. 5.21)... depois de limpá-la:

"Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis"


Infelizmente tal heresia "evangélica histórica e neo-evangélica" é tão comum que as denominações que, tradicionalmente, ensinam a perseverança dos santos (ou, na versão batista, "Uma vez salvo, salvo para sempre") tem muitos membros que seguem a linha ICAR. Eu sou batista, e perdi contas de quantas vezes eu ouvi um batista terminando sua oração pública com "... e perdoe os nossos pecados". Quando eu perguntava para esses irmãos por que terminavam sua oração assim, eles usaram 1 João 1.9 para respaldar a seguinte afirmação: "Para garantir que Deus perdoe todos os nossos pecados, porque se morrermos com um pecado não-confessado, sai de baixo!" Para mim, tal pensamento de "crentes" (e não são poucos) numa igreja que, tradicionalmente, prega a perseverança dos santos, revela o estado deprimente do ensino doutrinário dessas igrejas.

Eu acho triste ver a infiltração dessa dogma da ICAR em nossas igrejas. Temos que nos lembrar das palavras do Paulo em cima em Gal. 1.6. Paulo não escrevia para incrédulos, mas para uma igreja composta de falsos e verdadeiros convertidos. Esta igreja abandonou o evangelho da graça (ou, a sola da gratia) depois de, supostamente, tê-lo abraçado. Em 3.3 ele escreve: "Sois vós tão insensatos? tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?" Quer dizer, a carta aos Gálatas não foi escrita para aqueles dessas outras religiões "salvos pela fé + obras", mas para aqueles que já abraçaram o evangelho verdadeiro - salvação pela graça, mediante a fé! Foi para esses que Paulo disse que "seja anátema"!

Eu vou continuar pregando ao ar livre contra essa "receita salvífica diabólica" da ICAR, sem falar na do islã, do budismo, dos mórmons, da Testemunhas de Jeová, etc. Mas eu tenho que reconhecer a proliferação dessa "heresia católica" no meio evangélico... e confrontá-la. Paulo condenou aqueles que trouxeram essa heresia para os Gálatas. Não deveríamos, pelo menos, chamar a atenção dos membros que demonstram a influência "católica" na sua teologia, corrigindo suas heresias à luz do ensino claro das Sagradas Escrituras? Por quê? É "outro evangelho", que não é, no final das contas, "evangelho" ("Boas Novas") algum. É maldição, porque quem abraça essa fôrmula diabólica não é muito diferente do católico apostólico romano, muçulmano, budista, mórmon, TJ, adventista, etc., né? E todos nós sabemos para onde eles vão, se não abandonaram esse falso caminho da "justiça das/pelas obras".

Será diferente para o "evangélico" que comprou a mesma idéia... a heresia dos Gálatas... dos católicos? Segundo o apóstolo Paulo, não.

Façamos diferença. Batalhemos pela fé "que de uma vez para sempre foi entregue aos santos".

Sola Gratia!

16.3.12

FANÁTICOS OU DEFENSORES DA VERDADE?

por John Kennedy (FONTE: Editora FIEL)

Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.

Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens - cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo - é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos (B&A: céticos?) e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.

Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa. Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de 'fanáticos'. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem-se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima-se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo (B&A: ceticismo?) declarado.

Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceber ão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformar ão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.

Mas nenhum daqueles que amam a verdade - aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho - deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos.

11.3.12

A ÁGUA BRANCA E A MESA BRANCA

No bairro da Água Branca, em São Paulo, existe uma igreja evangélica cujo pastor (B&A: Ed René Kivitz) é difícil de ser definido em sua teologia. Alguns dizem que ele é liberal; outros que é adepto da teologia do processo; outros ainda dizem que ele é expositor do teísmo aberto. Pessoalmente, suspeito que ele seja tudo isso: uma espécie de ornitorrinco teológico - o tipo de pastor que ensina qualquer coisa que pareça moderna ou pouco ortodoxa, deixando a maioria das pessoas contentes, diante de um pregador que tem a “mente aberta”, muito diferente dos “cabeças duras” que defendem o cristianismo histórico.

Até aí, nada de novo. O meio evangélico está repleto desses novos pastores de perfil intelectualista, considerados representantes da vanguarda do pensamento cristão e vistos pelo povo ignorante como filósofos profundos muito à frente de seu tempo. Poucos crentes estão preparados para perceber que, na verdade, as ideias desses teólogos pós-modernos são carentes não só de profundidade, mas também de alicerce escriturístico sólido, chegando a ser heréticas. De fato, longe de serem inovadores em suas concepções, os tais pastores são apenas proponentes atuais de heresias bem antigas. Sabiam que o ornitorrinco tem veneno?

Mesmo sendo somente mais um entre os tais teólogos sofisticados de hoje, o pastor a que me refiro chama a atenção com colocações cada vez mais ousadas e distantes dos pressupostos básicos do cristianismo. Por exemplo: ele ironiza qualquer noção sobre os juízos de Deus, questiona a ética cristã clássica baseada na Bíblia e apresenta aos seus ouvintes um deus novo, bem diferente do Deus de Abraão, de Moisés e de Paulo.

Recentemente, porém, o pastor do bairro da Água Branca se superou, ao fazer comentários que arrancaram aplausos efusivos dos espíritas! Sim, do famoso pessoal da “Mesa Branca”.  De fato, num artigo que escreveu, sua visão se mostrou tão longe da Sã Doutrina que um site kardecista publicou o texto com plena aprovação e chamou seu autor de “pastor com ‘P’ maiúsculo”!

Por que esse elogio veio de pessoas tão distantes do evangelho? Bem, o que ocorreu foi o seguinte: conforme noticiado nos jornais, os jogadores evangélicos do time do Santos se recusaram a entrar numa entidade espírita de apoio a crianças com paralisia cerebral para distribuir ovos de Páscoa. Evidentemente, todos os incrédulos massacraram os jogadores. Nada de surpreendente... O que chocou muitos crentes, porém, foi a manifestação do pastor da Água Branca que, unindo-se aos inimigos da fé, escreveu o artigo acima aludido, condenando a atitude dos jogadores. 

Entenda bem o problema: é claro que nenhum crente deve se opor ao belo trabalho de ajuda às pessoas deficientes. Aliás, nenhuma outra religião tem uma história tão rica em ações em prol dos que sofrem como o Cristianismo. Porém, o que os cristãos devem saber é que é errado realizar obras sociais de mãos dadas com os expoentes da mentira (2Jo 9-11). É também errado praticar a solidariedade fazendo isso de forma a promover o nome de uma instituição herética, cujos membros praticam boas obras não para a glória de Deus, nem por terem nascido de novo, mas sim visando a uma reencarnação melhor (2Co 6.14-17). Aliás, é bom lembrar que “práticas do bem” assim motivadas não valem nada, pois, para Deus, só conta a piedade procedente da verdade (Ef 4.24). Por isso, os crentes não devem se associar com os espíritas, nem mesmo para distribuir ovos de Páscoa! O mestre da Água Branca, porém, não levou nada disso em conta e criticou com vigor os atletas crentes, arranhando a imagem deles. O veneno do ornitorrinco está nas unhas!

Condenar a atitude dos atletas, contudo, não foi nada perto dos conceitos de espiritualidade que o pastor da Água Branca expôs naquele mesmo artigo. Longe de harmonizar-se com Paulo, para quem a base da espiritualidade é a habitação do Espírito Santo no homem que crê em Cristo (1Co 2.12-16), o mestre da Água Branca enalteceu as crenças em geral, apontando como válida a espiritualidade supostamente presente em todas as religiões, sem nenhuma exceção. Segundo ele “a espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé”, ou seja, para o tal pastor, a legitimidade exclusiva da espiritualidade cristã (cf. At 4.12; Ef 4.4-5) é uma triste falácia!

Como se não bastasse esse chocante desvio, o pastor, na sequência de sua argumentação, condenou a discussão sobre temas como céu e inferno, autoridade exclusiva das Escrituras, homossexualismo, reencarnação, evolucionismo e outros assuntos tão importantes para a formação de uma mentalidade verdadeiramente cristã. Ele sugeriu que discutir esses temas é prática sem qualquer relevância, cujo resultado é somente a criação de divisões entre as pessoas. Portanto, segundo sua concepção, o dever pastoral e cristão de corrigir o erro, admoestar na verdade e condenar a mentira (2Co 10.4-5; 2Tm 4.1-5) não deve ser posto em prática, pois gera barreiras e ataques pessoais, o que é ruim para a sociedade como um todo (será que o pastor esqueceu o que Jesus disse em Lucas 12.51-53?).

Depois, para fechar com chave de ouro, o tal pastor concluiu seu texto defendendo a aproximação de todos os credos. Sim, budistas, muçulmanos, cristãos, hinduístas, enfim, todos os devotos de todas as tradições de fé, no entender do nosso amigo, devem dar as mãos e juntos lutar contra o sofrimento humano “que a todos nós humilha e iguala”.

Foi o máximo! O pessoal da Mesa Branca explodiu de alegria (fez lembrar 1Jo 4.5). Finalmente, os espíritas encontraram um pastor que, como eles, ataca a “visão radical e exclusivista” dos crentes e reconhece a validade do kardecismo. Mais do que isso: acharam alguém que se une a eles na afirmação de que todas as crenças são boas, posto que servem para desenvolver a espiritualidade dos homens!

Para nós, contudo, os crentes de verdade, ficou a tristeza de ver mais uma vez a água branca, cristalina na verdade, da doutrina bíblica, se tornar turva na boca de supostos pastores cristãos, enquanto os proponentes de antigas doutrinas do diabo acrescentam mais uma cadeira ao redor da sua mesa branca, a fim de brindar a chegada de um novo amigo. Ah, o maior predador do ornitorrinco é a serpente!

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

FONTE 

31.12.11

O "JESUS" QUE O MUNDO AMA!


 por T. A. McMahon



“O que você pensa sobre Jesus?”  É uma pergunta que tenho feito às vezes, a fim de entabular conversa com os cristãos e não cristãos sobre Ele e com o objetivo de testemunhar. A resposta mais comum que tenho recebido é que Ele foi um mestre religioso, que praticou o bem e falou muitas coisas boas, concluindo que Ele foi um homem muito bom. Então costumava indagar: “Você sabe que Ele afirmava ser Deus?”. Quando me olhavam perplexos, eu aproveitava para explicar que Ele não poderia ter sido “um homem muito bom”. Ao afirmar que era Deus, Ele estava Se iludindo ou então seria uma direta fraude, no caso Dele não estar dizendo a verdade. Geralmente, este pensamento, levando em conta que teremos de dar contas a Deus, poderia levar a conversa a um resultado compensador. Pelo menos, ela tem me dado a oportunidade de plantar algumas sementes que possam se transformar em convicção. A maioria das pessoas não se sente à vontade com a verdade a respeito de Jesus.



Os que professam ser cristãos, muito frequentemente, têm idéias tão erradas sobre Jesus como os não cristãos. Por exemplo, as TJs acreditam que Jesus é um deus criado e que Ele também é Miguel, o Arcanjo. Os mórmons  acreditam que Jesus é o irmão espiritual de Lúcifer, que foi casado e teve filhos.  Os seguidores da Ciência Cristã e as religiões da Ciência Religiosa acreditam que Jesus foi apenas um homem sobre o qual veio o “poder do Cristo”. Os católicos romanos acreditam que o pão e o vinho podem ser transubstanciados - ou mudados -  literalmente, no corpo e sangue de Jesus, os quais são, em seguida, deglutidos e levados ao estômago. Os luteranos acreditam que Jesus é consubstanciado, ou está presente “em, com e sob” o pão e o vinho da comunhão. Essas crenças não bíblicas  são apenas algumas entre as centenas de crenças promovidas por várias denominações e seitas “cristãs”.  Contudo, mais alarmante é o fato de que uma pesquisa feita, hoje em dia,  a respeito de Jesus, entre os que se autodenominam cristãos evangélicos (crentes na Bíblia), muito frequentemente, revela “outro Jesus” e um “falso Cristo”. Como é possível?



Admitamos que alguém chegue a um verdadeiro conhecimento e relacionamento com Jesus Cristo. Isto começa com uma simples compreensão do Evangelho: que Jesus é Deus, o Qual veio ao mundo como um Homem, a fim de salvar a humanidade da eterna separação de Deus, resultante dos pecados dos homens; que Jesus satisfez toda a justiça divina com o Seu pagamento, uma vez por todas, pelos pecados da humanidade, através de Sua morte na cruz; que Sua ressurreição dos mortos garantiu a salvação a todos os que reconhecem os seus pecados diante de Deus, sem qualquer esperança de serem salvos pelos próprios méritos e para  aqueles que, pela graça através da fé, aceitam o sacrifício de Cristo em seu favor e o dom gratuito da vida eterna. Desse modo, o homem se reconcilia com Deus e nasce de novo, espiritualmente. É assim que ele começa um relacionamento com o Cristo da Bíblia.



Embora esse relacionamento seja sobrenatural, através do qual cada cristão verdadeiro é habitado por Deus, ele vai progredindo, como qualquer outro relacionamento, à medida que a pessoa consegue conhecer melhor a outra com quem está se relacionando.



A melhor maneira de se desenvolver um relacionamento com Jesus é ler a revelação sobre Ele mesmo, entregue em Sua Palavra. Esta é a única maneira de se obterem informações específicas sobre Ele, as quais são objetivas e absolutamente verdadeiras. Além disso, o conteúdo da  Escritura não apenas é inspirado pelo Espírito Santo, como  o mesmo Espírito de verdade é dado aos crentes, a fim de  que eles estudem o seu conteúdo. Como, então, os que professam seguir a Palavra de Deus podem aparecer com idéias tão erradas a respeito de Jesus? Lamentavelmente, muitos conseguem essas  informações em fontes fora da Bíblia, ou de segunda mão, dos que afirmam estar ensinando o que a Bíblia diz sobre o nosso Senhor.



Para demonstrar quão absurdo é o relacionamento embasado nessas fontes de conhecimento, consideremos o que poderia acontecer a um marido e mulher que tentassem edificar o seu relacionamento íntimo, confiando nos insights de outras pessoas, que afirmassem conhecê-los. Esta seria uma completa receita para o fracasso matrimonial. Pois é isso que acontece aos cristãos que, geralmente, apelam às fontes extrabíblicas, tentando manter um relacionamento com Jesus.



A espantosa popularidade do livro “The Shack” (A Cabana - TBC, 09/08) entre os evangélicos é apenas um exemplo recente de alguém que descreve um “Jesus” totalmente diferente (ou pior) do Jesus da Bíblia. O livro O caracteriza de modo que as pessoas possam se sentir mais à vontade com Ele, embora o “Jesus” do livro “The Shack”  seja claramente um falso Cristo. Ele é um “bom sujeito”, o qual gosta de “colocar as coisas em pratos limpos e de praticar jardinagem”; ele ri das piadas grosseiras e é um pouco ignorante; ele gosta de pescar trutas, à medida que elas deslizam pela água e desenha o caixão para o corpo de uma menina; ele se diverte em beijar e abraçar as pessoas e ri dos dois ou mais membros da “Trindade”. O livro está repleto de diálogos entre os personagens de Deus Pai (caracterizado como uma gorda mulher afro-americana), o Espírito Santo (caracterizado como uma pequena mulher asiática) e Jesus. Todos três se manifestam como sendo “os oráculos de Deus”, dando insights e explicações não consistentes com a Escritura Sagrada. Alguns leitores entusiasmados afirmam que as palavras e interações com a "divindade" os têm confortado e respondido perguntas difíceis  sobre a sua fé, fazendo com que o nosso Senhor lhes pareça mais real.



A realidade é que, além da própria imaginação, o autor coloca suas palavras na boca do Pai, do Filho e do Espírito Santo, as quais passam a ser aceitas pelas multidões como se fossem o“Assim diz o Senhor”.  Esta não é simplesmente uma informação falsa e de segunda mão; trata-se,  no mínimo, da arrogância de uma falsa profecia e, na pior das hipóteses, de blasfêmia e idolatria.  É o caso de um homem criando Deus à sua imagem decaída.



Mais influenciável entre os evangélicos  do que o livro A cabana é o filme “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, o qual se tornou um campeão de bilheteria, graças ao imenso apoio dos evangélicos. Agora disponível “numa edição definitiva em DVD”, ele apresenta, aos que gostam da teologia católica oficial, explicada no filme, uma discussão com o diretor Mel Gibson, junto com um apologista católico e dois sacerdotes católicos, os quais foram os consultores teológicos do filme.  Este filme apresenta um falso evangelho, um falso Cristo, com falsas cenas, supostamente bíblicas,  oriundas das mentes de Gibson e de uma freira católica [da Idade Média], com alucinações místicas (Ver Showtime for Sheep). Mesmo assim, o filme continua a ser amplamente usado pelas igrejas evangélicas, especialmente durante a Quaresma e a Páscoa.



Em resposta à pergunta: “O que você pensa sobre Jesus?”, os milhões que viram o filme agora acreditam, erroneamente, que: Ele foi confrontado por Satanás, no jardim do Getsêmane;  que Ele foi atirado de uma ponte pelos seus captores e ficou preso por uma corrente; que Sua imagem foi captada para a posteridade pelo véu de uma mulher chamada Verônica; que quando Sua cruz ameaçou cair, ela levitou, para evitar que Ele tocasse o chão; e o mais contraditório ao Evangelho é que foi através dos açoites por Ele recebidos, que os pecados da humanidade foram pagos.



Estas são apenas algumas das imagens não bíblicas que foram acrescentadas ao mundo e a muitas igrejas, para perceberem  Jesus. Os filmes continuam sendo a forma mais popular em divulgar informações superficiais e falsas sobre Jesus.  Fazer filmes sobre Jesus e Deus, equivale a colocar idéias errôneas nos corações e nas mentes das massas: Jesus Cristo Superstar; The Last Temptation of Christ; Bruce Almight; The Da Vinci Code; Judas; Oh God!; Oh God! (2), Jesus of Nazareth, para citar apenas alguns. [N.T. - Muitos já foram traduzidos e apresentados ao público brasileiro].



Mas, o que dizer sobre filmes mais biblicamente exatos - por exemplo, daqueles que retiram suas palavras diretamente da Escritura? Quando temos um ator representando Jesus, dizendo apenas as palavras que Jesus falou, conforme são encontradas na Bíblia, isso torna mais exata a representação? Mais exata do que o que? Será que esse ator de fato se assemelha a Jesus, fala como Jesus ou até mesmo reflete o  rosto piedoso de Jesus? Mais criticamente, será que ele pode exatamente representar o Homem-Deus, o Criador do Universo, o Único que tudo pode e em Quem tudo subsiste? Mesmo que ele pudesse, o que é impossível, isso ainda seria uma grosseira imitação. Sem falar que ele iria deixar milhões de pessoas, inclusive os crentes, com a  imagem de um falso “Cristo”.



Alguns desses filmes são tentativas sinceras de comunicar o conteúdo e as histórias da Escritura, através da mídia visual. Porém, mesmo sendo sinceras, elas estão fadadas ao fracasso, no que se refere à verdade. E por que? Porque, além do que foi observado acima, a Bíblia é uma revelação objetiva de Deus, entregue em palavras. Todas as tentativas de traduzir visualmente essas palavras fogem da revelação objetiva, em favor da interpretação subjetiva. Tomemos, por exemplo,  uma passagem da Escritura, pedindo que cinco pessoas dêem sua compreensão de um verso embasado no contexto, na estrutura gramatical, com uma significação normal das palavras. Provavelmente, as interpretações serão muito parecidas. Se alguma dessas pessoas viesse com uma interpretação diferente, ela poderia ser corrigida por uma simples comparação objetiva da mesma com o contexto, com a gramática e as definições aceitas das palavras na passagem. Por outro lado,  o que aconteceria se cinco artistas fossem traduzir a passagem visualmente? O resultado seria cinco entregas muito subjetivas e totalmente diferentes. Ou, até mesmo, se apenas um artista traduzisse visualmente a passagem, e quatro pessoas tentassem interpretar a  imagem, os resultados seriam diferentes, porque o mediador não tem critério objetivo idêntico àquele que é recebido em palavras. Agora, vocês entenderam o assunto? A imagem não é um meio de comunicação da verdade objetiva. (Grifo da tradutora).



Deus não fez desenhos nas Tábuas da Lei, quando as entregou a Moisés. Seus constantes mandamentos dados a Moisés e aos outros profetas foi o de “escrever estas instruções”. A imagem visual era o âmago da adoração pagã usada por pessoas, cujas vidas estavam centralizadas nos ídolos - o principal produto de uma alma acorrentada à superstição. É o mesmo que acontece no Catolicismo Romano, e na Igreja Ortodoxa Grega, por exemplo. Essas igrejas, na Era Medieval, começaram a alimentar os seus seguidores com imagens de santos, em vez de ensiná-los a ler e escrever (conforme fizeram os judeus, desde o tempo de Abraão). Até hoje, a superstição continua rompante dentro dos sistemas religiosos visualmente orientados.



Onde é que o mundo tem conseguido suas idéias a respeito de Jesus?  A maioria dos não cristãos conhece apenas o que tem conseguido captar de fontes não cristãs, as quais eles consideram cristãs, embora raramente estas possuam algum conteúdo bíblico. Mais de um bilhão de muçulmanos mantém a visão de um “Jesus” entregue por Maomé, a qual ele conseguiu de cristãos questionáveis. O Alcorão declara que Isa (Jesus) não é o Filho de Deus, porque Alá nunca teve um filho. O nascimento de Isa aconteceu debaixo de uma palmeira e quando ele ainda era um bebê, gritou do seu berço que era um servo de Alá, o qual lhe havia dado uma revelação e o havia transformado em profeta. Ele não morreu na cruz; alguém tomou o seu lugar - tudo isso em contradição com a Bíblia.



Muitos judeus forjaram as duvidosas histórias do Talmude, as quais contradizem as narrativas dos evangelhos. Essas histórias contam que Jesus foi um filho ilegítimo, nascido de uma prostituta com um rufião. Declarando ser o Messias, Ele realizou curas através da bruxaria e, conseqüentemente, foi apedrejado e em seguida pendurado numa árvore, por causa de sua feitiçaria e blasfêmia, por ter declarado ser o Filho de Deus.



Os hindus acrescentaram Jesus como mais um avatar, ou deus, entre os seus 330 milhões de deuses. Todos os seus gurus que se tornaram populares no Ocidente - desde o Maharishi Mahesh Yogi, até Rajneesh - pregam o seu próprio “Jesus”. Os budistas, como o 14º. Dalai Lama, consideram Jesus como um bodhisattva, ou um deus iluminado, entre as multidões de deuses reencarnados, a serviço da humanidade.



Inacreditavelmente, as errôneas crenças supracitadas sobre Jesus são promovidas dentro do Cristianismo professo, através de uma prática popular entre as comunidades da Igreja Emergente. Algumas igrejas  convidam os seguidores das religiões mundiais para “palestras”, tentando aprender mais a respeito de Jesus, a partir de uma visão pluralista.  O objetivo é estabelecer um “Jesus” que se torne aceitável às pessoas de todas as crenças - ou de nenhuma delas. O refrão comum ouvido nas comunidades emergentes é “Nós amamos Jesus, mas não a sua igreja”. Certamente, como a igreja tem se comprometido com o mundo, ela já não apresenta muita coisa que possa ser apreciada. Infelizmente, para muitos, não é o Jesus da Bíblia que elas amam nem é a igreja bíblica que elas apóiam. Algumas estão sob a ilusão de que Jesus está Se tornando mais respeitado na nossa cultura; mas, este nunca foi o caso de Jesus, conforme Ele é revelado na Escritura.



Fica difícil, para quem tem um relacionamento pessoal íntimo com Jesus Cristo, aceitar que o mundo possa odiar Aquele a Quem tanto amamos. Para mim, foi difícil e continua sendo. Como pode alguém rejeitar Aquele que nos ama mais do alguém poderia compreender, e cujo sacrifício foi indiscernivelmente maravilhoso em favor de todos aqueles que Ele criou? Esse ódio é sempre mascarado e desenvolvido progressivamente em segredo. Ele é encontrado na estratégia de Satanás, iniciada com a pergunta: “É assim que Deus disse?”. Seu diálogo com Eva proveu uma boa oportunidade de subverter a verdade sobre Deus e o Seu mandamento. Eva comprou a alteração mentirosa do Adversário sobre o caráter de Deus e recebeu a conseqüência de sua desobediência. Isso mesmo sua descendência tem feito, através das eras.



Enquanto isso, tal realidade, sob o disfarce de condescendência e zombaria, quase me levou ao desespero, quando vi um episódio particular do filme da TV Fox, “The Family Guy”  (O Sujeito de família). O programa (apresentado pela mesma rede de TV que criou o mercado da Fé Fox para as famílias cristãs) apresentou o personagem de um Jesus que abandonou o céu para se livrar de “um pai implicante e castrador”, o qual prova a sua “divindade” transformando comida salgada em sorvete, aumenta os seios das mulheres e anda sobre as águas, a fim de ganhar uma nota de cinco dólares; que aparece no Jay Leno e recebe uma condecoração no show da MTV; que vai a Hollywood e se embriaga numa festa, acaba numa prisão e, finalmente, chega à conclusão de que não está suficientemente maduro para ajudar o mundo.



Imediatamente, tentei angariar protestos entre a Cristandade contra esse programa da TV Fox, o qual está em alta cotação.  Contudo, não houve gritos de protesto nem lamentação contra os que blasfemaram e ridicularizaram o Único que poderia salvá-los. Alguns cristãos estão apresentando alarmantes racionalizações de que Jesus, certamente, deveria ter muito senso de humor. Pois, é este, exatamente, o “Jesus” que o mundo quer.



Corri mentalmente para o Jardim do Getsêmane, imaginando o nosso Salvador ajoelhado, orando ao Pai, onde, em Sua angústia, Ele suou gotas de sangue. Ele iria se tornar pecado por nós. Nosso Criador iria tomar sobre Ele os nossos pecados e receber a penalidade eterna devida por todos nós. Embora Ele tenha sido triunfante, ao pagar pelos pecados da humanidade, no Getsêmane, Ele pediu ao Pai que, se fosse possível,  afastasse aquele cálice. Contudo, não havia outra maneira. Pensei no Senhor da Glória pendurado na cruz do Calvário, rodeado de zombarias e, mesmo assim, Ele morreu pelos que Dele zombavam.



Oremos para que nós realmente possamos conhecê-Lo e não nos afastemos Dele por causa do “Jesus” criado pelo mundo, pela nossa própria mente carnal ou pelo Diabo. Oremos ainda para que o Senhor nos possibilite a refletir o verdadeiro caráter de Cristo em nossas palavras e ações; para que Ele nos ajude a mostrar ao mundo o verdadeiro JESUS, que, sendo Deus, veio em forma de homem, foi tratado como se fosse o próprio pecado e satisfez a justiça divina, quando morreu na cruz, provendo, assim, salvação para toda a humanidade.



TBC – dezembro de 2008 - The “Jesus” the World Loves - T. A. McMahon

Traduzido por Mary Schultze em 06/12/2008.




18.12.11

"180" o Filme!

O seguinte vídeo pode, literalmente, mudar sua vida! Vale a pena investir meia hora para assistí-lo.

8.12.11

A CABANA: Boa Leitura ou Perda de Tempo?

Autor: Pr. David Cloud; Tradutora: Mary Schultze


"The Shack" (A cabana) tem ocupado o primeiro lugar na lista de bestsellers do New York Times, sendo uma narrativa de ficção, que ocupou durante nove meses o número sete em preferência no Amazon e o número seis no Barnes & Noble. Até o mês de janeiro deste ano, cinco milhões de cópias haviam sido vendidas. O livro está sendo traduzido em 30 línguas e um filme está sendo produzido. [Nota da Tradutora (N.T.) - O povo evangélico emergente adora qualquer coisa que possa diluir o evangelho verdadeiro, para continuar sentindo-se à vontade com os seus pecados de estimação].

Embora o autor do livro, William Paul Young, não seja membro de igreja alguma e até evite ser chamado cristão, e  embora suas doutrinas sobre Deus sejam grosseiramente heréticas, a novela está sendo apresentada como se tratando de um livro de auxílio cristão. A cabana  tem sido endossado pelo Clube 700 de Pat Robertson, pelo artista da CCM, Michael W. Smith, por Eugene Peterson (professor do Regente College e autor da Bíblia The message), Mark Baterson (pastor titular da National Community Church, Washington, D.C.), Wayne Jacbson, autor da obra "So, You Don´t Want to Go to Church Anymore" [Então, você não quer freqüentar mais a igreja]), Gayle Erwin da Capela do Calvário, James Ryle do movimento Igrejas Vineyard, Greg Albrecht, editor da revista "Plain Truth", dentre muitos outros.

Young foi um dos preletores na Convenção Nacional de Pastores, em San Diego (Califôrnia), patrocinada pela Zondervan e pela InterVarsity Fellowship (Aliança Bíblica Universitária - ABU).  Os 1.500 que freqüentaram a convenção eram pastores e obreiros cristãos.  Outros preletores foram Bill Hybels, Leighton Ford, Brian McLaren e Rob Bell. [N.T. – MacLaren e Bell são líderes na igreja emergente]. Young teve sua própria vez na conferência e foi entrevistado em uma das sessões gerais por Andy Crouch, um editor sênior da revista "Christianity Today" [N.T. - Uma revista totalmente posicionada em favor da igreja emergente]. Dizem que 57% dos que assistiram à conferência haviam lido A cabana, e Young foi ali entusiasticamente recebido. Crouch tratou Young como um companheiro crente e não deu o menor sinal de que houvesse no livro algum  problema prejudicial de teologia pela maneira como Deus é retratado no livro. Quando Young disse: "Não me sinto responsável pelo fato de que ele (o livro A cabana) esteja indo contra os paradigmas das pessoas", ou de como as pessoas pensem a respeito de Deus, a multidão respondeu com palmas, aprovação e risos.  A igreja emergente adora contradizer as doutrinas bíblicas tradicionais, sem sentir o menor temor de Deus, quando faz isso.

Young nasceu em Alberta (Canadá) em 1955, mas passou os primeiros dez anos de sua vida em Papua, Nova Guiné com os seus pais missionários, os quais estavam ministrando ao remanescente do grupo tribal chamado Dani. Ele se formou na faculdade Warner Pacific College, a qual é filiada à denominação Igreja de Deus (Anderson, Indiana), com um diploma em religião.

 Em A cabana, Young apresenta o tradicional cristianismo bíblico como sendo hipócrita e injurioso. O personagem principal do livro cresce sob "rígidas regras", e seu pai, que ocupava o ofício de ancião na igreja, era um "bêbado às ocultas", e tratava a família com crueldade quando estava bêbado. (p. 7). A hipocrisia é muito prejudicial à causa de Cristo, mas a hipocrisia da parte dos cristãos não desmerece a Bíblia: "Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem" (Ro. 3.4). Mais que frequentemente, esse tipo de coisa é usado como uma desculpa pelos rebeldes. Sei disso por experiência pessoal. Em minha juventude, eu me aproveitava de certas circunstâncias nas igrejas batistas, a fim de desculpar minha rejeição pela igreja. Contudo, o problema principal não era a hipocrisia dos outros, mas a minha própria rebelião e amor pelo mundo. Quando me arrependi da minha iniqüidade, aos 23 anos, voltei para Cristo e recebi a Bíblia como sendo a santa Palavra de Deus; deixei de censurar os outros e assumi minha responsabilidade diante de um Deus Todo Poderoso. Regras e obrigações sob a graça de Deus não são errôneas. Elas fazem parte integral do cristianismo bíblico. Somos salvos pela graça, sem as  obras, mas somos salvos para operar boas obras (Efésios 2.8-10). As epístolas do Novo Testamento estão repletas de regras e obrigações que os crentes devem observar e cumprir, com admoestações contra a desobediência. A legítima graça de Deus não nos permite viver como bem desejamos. Em vez disso, a Bíblia nos ensina que: "... a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente..." (Tito 2.11-12).

Existe hipocrisia dentro das igrejas e também falsos evangelhos embasados na Lei, em vez de na graça de Deus; mas a solução não é rejeitar a interpretação literal da Escritura, nem criar um novo Deus. O nosso Deus é admiravelmente compassivo e amoroso e comprovou esta verdade na cruz; mas Ele também é Santo e Justo, exigindo obediência. Ele odeia e castiga o pecado… um lado de Deus que não pode ser ignorado, sem que seja criado um novo Deus. A carne se ressente muito da santidade de Deus. Posso dar testemunho a respeito disso. Vez por outra, em minha vida cristã, eu me desencorajava a respeito de Deus. Não é fácil reconciliar o amor e a graça de Deus com a Sua tremenda santidade e justiça. De um lado, o Novo Testamento nos diz que o crente é perdoado, redimido, justificado, aceito, amado e "abençoado com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Efésios 1.3), mas por outro lado, o Novo Testamento nos diz que o crente deve ter o máximo cuidado sobre como viver diante de Deus: "... pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2 Coríntios 7.1)… sendo este o modelo admissivelmente mais elevado. O crente que não se esforça neste sentido corre o perigo de ser julgado (veja: 1 Coríntios 3.13-17; 9.26-27; 11.27-32; Hebreus 13.4; 2 João 8-11; Apocalipse 2.4-5, 16, 22, 23; 3.15-16). Existe até um pecado para a morte (1 João 5.16-17; Atos 5.1-11; 1 Coríntios 11.30). Desse modo, deve haver muitas admoestações sobre a vida cristã (Atos 20.31; Colossenses 1.28; 2 Timóteo 4.2; Tito 1.13; 2.15). Estas coisas parecem contraditórias à carne decaída e ao homem natural, mas elas constituem os dois lados do mesmo Deus compassivo e três vezes Santo, e rejeitar qualquer uma delas é rejeitar o verdadeiro Deus, substituindo-O por um ídolo.

Numa entrevista ao Clube 700, em fevereiro de 2009, um jovem descreveu um "enorme fracasso pessoal" em sua vida de 38 anos de idade. Ele contou: "Minha vida desmoronou e acabou; precisei resolver um certo assunto de ser um menino no campo missionário, junto com outro assunto de minha vida". Ele falou de "segredos" que guardou desde a infância e da culpa que carregou. Ele não forneceu detalhes, mas parece que era culpado de não obedecer a Deus e chegou a ponto de apelar à psicoterapia. Ela falou continuamente de dor, prejuízo, cura de memórias infelizes e coisas assim.

Redefinindo Deus
A cabana  tenta redefinir Deus. Young tem dito que o livro se destina aos que têm "um anseio de que Deus seja bondoso e amoroso, conforme desejamos" (Entrevista com Sherman Hu, 04/12/2007). Aqui ele se refere ao desejo do homem natural por um Deus que ame "incondicionalmente", que não exija obediência alguma, nem arrependimento, que não condene o pecado, nem faça com que os homens se sintam culpados pelos seus atos.

Na mesma entrevista, Young disse que certa mulher lhe escreveu, contando que sua filha de 22 anos chegou para ela, após ter lido o livro, e perguntou: "É correto eu me divorciar de Deus para me casar de novo?" Desse modo,  Young admite que o Deus de A cabana  é diferente do Deus que "do lugar da sua habitação contempla todos os moradores da terra" (Salmo 33.14), sendo uma versão cristianizada do deus mitológico Zeus. Isto me faz lembrar o modernista G. Bromley Oxnam, que chamou Deus "um rufião sujo", em seu livro de 1944, "Preaching in a Revolutionary Age" (Pregando numa era revolucionária).

A cabana explora o assunto da razão pela qual Deus permite a dor e o mal. Trata-se de uma narrativa de ficção muito amarga - contra Deus - da parte do personagem principal, cuja filha mais jovem foi assassinada.  Ele volta à cena do crime, uma velha cabana no meio da floresta, onde tem um encontro com Deus e uma mudança de vida. Contudo, o Deus que ele encontra não é o Deus da Bíblia.

Young descreve o Deus Trino como uma jovem mulher asiática chamada "Sarayu" (supostamente o Espírito Santo), um carpinteiro do Oriente Médio que ama a boa vida (supostamente Jesus) e uma mulher negra e idosa chamada "Elousia" (supostamente Deus Pai). Este Deus Pai é descrito como tendo uma cauda de pônei ou de um ursinho (O nome Sarayu provém das escrituras hinduístas representando um mítico rio da Índia, em cuja margem teria nascido o deus Rama). 

O Deus de Young é o "deus" da igreja emergente. Ele é frio; gosta de rock; não julga pessoa alguma; não se ira contra o pecado, nem envia os incrédulos para o fogo eterno do inferno; não exige arrependimento, nem o novo nascimento; não impõe obrigação alguma sobre as pessoas; não gosta das igrejas bíblicas tradicionais, nem aceita a Bíblia como a infalível Palavra de Deus; e nem mesmo se incomoda que os primeiros capítulos de Gênesis sejam vistos como um "mito".

Vejamos algumas citações do deus de A cabana:
"Não se sinta obrigado a coisa alguma. Isto não conta ponto algum por aqui. Continue fazendo o que você quer fazer"  (p. 89). Isto entra em contradição com a 1 Coríntios 4.2, com Isaías 13.11 e Efésios 5.5-6.



"Existe uma porção de gente que imagina que ele (o Éden) foi apenas um mito. Ora, este erro não é fatal. Rumores da glória estão muitas vezes ocultos no interior do que muitos consideram mitos e contos"  (p. 134). Isto contradiz a 2 Pedro 1.16.



"[Seu coração] é bravo e belo e perfeitamente em progresso"  (p. 138). Isto contradiz Jeremias 17.9 e Marcos 7.21-23.



"Impor minha vontade sobre alguém é exatamente o que o amor não faz ... O verdadeiro amor nunca força"  (pp. 145, 190). Isto contradiz João 8. 31-32; 14.15; Tito 2.11-12; Hebreus 12.5-11; Apocalipse 2.14-16, 20-23; 3.3, 16-19).



"Nosso destino final não é a imagem do céu que se tem na cabeça... Você sabe, a imagem de portões de pérolas e ruas de ouro" (p. 177). Isto contradiz Apocalipse 21-22.



"Minha igreja se preocupa demais com as pessoas e a vida se resume em relacionamentos. ... Você não pode construí-la. Eu não crio instituições... nunca, nunca, farei isto"  (pp. 178-179). Isto contradiz Atos 2.41-42, 13-14).



"Aqueles que me amam vêm de cada sistema que existe. São budistas ou mórmons; batistas ou muçulmanos; democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer manhã dominical ou de instituições religiosas... Não tenho pretensão alguma de torná-los cristãos"  (p. 182). Isto contradiz João 14.6; Atos 4.12; 26.28.



"Pela sua morte e ressurreição, agora estou totalmente reconciliado com o mundo... O mundo inteiro... Em Jesus, perdoei todos os humanos dos seus pecados contra mim... Quando Jesus perdoou os que o cravaram na cruz, eles já não tinham mais dívidas, nem eu"  (pp. 192, 225). Isto contradiz João 3.36; Atos 17.30-31; 1 João 5.12, 19; Ap. 20.11-15.



"A Bíblia não nos ensina a seguir regras...  forçando regras, especialmente em suas expressões mais sutis, como responsabilidade e expectação; esta é uma vã tentativa de criar certeza ou incerteza... É por isso que não se encontra a palavra responsabilidade nas Escrituras ... Porque não tenho expectações, ninguém me decepciona" (pp. 197, 203, 206). Isto contradiz a 1 Coríntios 4.2; 2 Coríntios 5.18. Somente em Efésios 4-6, existem pelo menos 80 obrigações específicas, as quais os crentes são exortados a cumprir.



"Não pratico humilhação, nem culpa, nem condenação" (p. 223). Isto contradiz Isaías 2.11; 5.15; João 3.19; Romanos 3.19; 1 Coríntios 11.27; Tiago 3.1; Judas 4; Apocalipse 11.18; 20.11-15.



O deus de "A Cabana" é emergente e novaerense
O deus de A cabana não apenas é supostamente semelhante ao deus descrito no ramo liberal da igreja emergente (exemplo: Rob Bell, Donald Miller, Brian McLaren), como tem ainda um forte parentesco como deus da Nova Era promovido por John Lennon e Oprah Winfrey.


A popularíssima canção "Imagine" de John Lennon (1971) proclama: "Imagine que não existe céu sobre nós, nem inferno sob nós, mas sobre nós apenas o firmamento... Também religião nenhuma./ Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único."


William Young pensa do mesmo modo em A cabana: "Se existe um Deus, Ele não é juiz. Não existe inferno. Deus só deseja que as pessoas ajam conforme desejam e sejam felizes".


Oprah Winey prega o mesmo evangelho a milhões de pessoas: "O homem não é um pecador; Deus não é juiz; tudo vai bem no universo; preciso apenas me render ao fluxo". Sua mensagem é a celebração do EGO. Ela cresceu numa igreja batista tradicional, mas reinterpretou a Bíblia no que esta se refere às restrições. Ela diz: "Quando estudei o Movimento Nova Era, todo ele diz exatamente o que a Bíblia tem dito por tantos anos. Porém, muitos de nós fomos educados numa compreensão restrita, limitada, do que a Bíblia diz" (O Evangelho Segundo Oprah Winey, Vintage Point, julho 1998).

Negando a infalibilidade da Bíblia
Outro problema fundamental com A cabana é a negação da Bíblia como sendo a absoluta e exclusiva autoridade. Observem a citação abaixo:


"No seminário, a ele (Mack, o personagem principal) foi ensinado que Deus havia cessado completamente qualquer comunicação com os modernos, preferindo que estes sigam somente a Escritura Sagrada, devidamente interpretada, é claro. A voz de Deus ficou reduzida ao papel e até mesmo esse  papel precisou ser moderado e decifrado pelas devidas autoridades e pelos intelectuais. Ninguém deseja que Deus fique dentro de uma caixa, nem dentro de um livro, especialmente dentro de uma caixa encadernada em couro com extremidades brilhantes, ou que não sejam brilhantes"  (pp. 65-66).


Crer que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus e a única autoridade de fé e prática, não significa "colocar Deus dentro de uma caixa". Significa honrar a Deus, aceitando a Escritura pelo que ela afirma ser e tem comprovado ser. Quando um pai de família viaja e deixa uma declaração escrita de sua vontade para a família, durante sua ausência, a família que verdadeiramente o respeita, submete-se ao seu registro escrito.  Rejeitar a Bíblia como sendo a infalível Palavra de Deus é atirar-se às profundas, turbulentas e subjetivas águas do misticismo [gnóstico]. Isso permite que o homem se torne sua própria autoridade e viva conforme ele deseja, sendo este um objetivo tanto da Nova Era como da igreja emergente: "É assim que Deus disse?".


Vidas transformadas
O autor de A cabana costuma apontar vidas transformadas como evidência da verdade do livro e da graça de Deus em favor de quem usa o livro. Na Conferência Nacional de Pastores, William Young disse a Andy Crouch que o livro está mantendo as pessoas libertas "da escravidão e dependência da doutrina". Ele falou: "Até mesmo pessoas que se manifestaram verbalmente  contra o livro tiveram pessoas curadas em suas famílias".


Curadas de que e para que? O que está acontecendo é que as pessoas que não gostam do cristianismo bíblico, que não querem se sentir culpadas dos seus pecados e rejeitam o Deus "irado" da Escritura, estão respondendo entusiasticamente ao ídolo fabricado pelo homem, o qual é apresentado em A cabana.


O que vem a seguir é típico do que tem sido colocado no site MySpace de Young pelos seus leitores.: "Seu livro - A cabana - é surpreendente! Ele mudou a idéia de muita gente a respeito de quem Deus realmente parece ser. Ele tornou livres alguns amigos meus".


Milagres não comprovam que uma coisa proceda de Deus. Existe alguém que a Bíblia chama "o deus deste século" (2 Coríntios 4.4), o qual pode operar milagres e responder orações. Vi milagres, respostas experimentadas e respostas às orações quando era membro de uma sociedade de meditação hinduísta, antes de ir a Cristo. Milagres não são uma prova da verdade; somente a Bíblia é a prova. O profeta Isaías disse: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles" (Isaías 8.20).

Conclusão
A cabana é mais uma pedra fundamental da Torre de Babel, nestes dias de tremenda apostasia da verdadeira fé. A Bíblia nos adverte:"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados..." (Hebreus 10.25-26).  O pecado voluntário (versículo 26) descrito neste verso é mencionado no versículo 29: "pisar o Filho de Deus". É o pecado de considerar o sangue da salvação como algo profano. É a rejeição pessoal da salvação através do sangue de Cristo. Isto é o que muitos na igreja emergente estão fazendo. Ninguém será salvo se rejeitar o valor do sangue remidor de Cristo.


No dias de hoje, precisamos continuar firmes na Bíblia, em doce comunhão com Cristo, confessando os nossos pecados e andando na luz (1 João 1.7, 9). Precisamos ganhar a próxima geração e educá-la, a fim de que ela não se torne cativa das armadilhas do diabo e do engodo dos falsos mestres.